Monday, February 21, 2011

A Lei do Tempo

O mistério do tempo é o da vida. De sua compreensão depende a conquista da felicidade.
Mais do que um bem precioso, o tempo é história, eternidade, paciência, sabedoria. Deus é paciência, disse a personagem de Guimarães Rosa em Grande Sertão Veredas. Uma parte de Deus também é tempo, irmão da paciência, pois lá estava no inicio de todas as coisas.Paciência, movimento e mudanças são lições diárias que a Natureza oferece através de suas múltiplas faces para a inteligência que pode decifrá-las.
A fuga do tempo existe para quem não consegue retê-lo e multiplicá-lo. Neste caso, os ponteiros do relógio são uma tortura. Não há tempo suficiente para o cumprimento dos compromissos; ele passa muito rápido e escraviza a pessoa que julga que seja dinheiro, e, como tal, sempre lhe falte. Se tempo fosse dinheiro, Deus seria um banqueiro.
Os dias que se sucedem monotonamente são noites mentais, pedaços de vida que se desprendem da pessoa deixando o saldo do vazio, a sensação de inutilidade, o esquecimento, o temor pela morte que se aproxima a passos largos.
O tempo de vida do ser humano pode transcender a mensuração limitada das horas, dos dias e dos anos definida entre o instante do nascimento e o da transição para a morte. Essa ampliação do tempo é uma conseqüência da vida mental, a verdadeira. Pode-se viver muito ou pouco, dependendo dos conhecimentos que se tenha.
Os tempos de evolução caracterizam-se pelo esforço continuado na busca do conhecimento e no desenvolvimento da consciência. Para aproveitar o tempo é necessário aprender a pensar, produzir soluções para os problemas diários.Administrá-lo bem significa acumulá-lo dentro de si; ser consciente do que se viveu e ter um plano para a vida futura; domínio sobre si e um objetivo definido; todos os atos e pensamentos imantados para uma finalidade que abarque o aperfeiçoamento da espécie humana; significa encarar a vida como um grande campo experimental de aprendizado e realização.
Em um brilhante artigo escrito na década de quarenta, o pensador e educador González Pecotche dizia que " a lei do tempo é, como todas as leis universais, justa e exata; e é lei porque fixa, sem distinção, normas e regras inexoráveis. Assim demonstra o fato de que o tempo perdido não pode mais ser utilizado; é como um pedaço de vida que se desperdiça e não pode mais ser incorporado a ela."
E numa conferência pronunciada em Córdoba em 1949," muitos momentos do dia passam em branco porque a mente, distraída por completo, se submerge na penumbra. Como é natural, estes trechos de tempo são pedaços de vida que se vão, por não se experimentar no curso dos mesmos a sensação de existir. "
O tempo é como a água, um bem precioso que só se dá conta de seu valor quando falta, por ter sido mal empregue, desperdiçado.
A rotina, a distração, as divagações e os rancores são inimigos do tempo por impedir que o homem pense, crie e construa um destino melhorado.

Nagib Anderáos Neto
neto.nagib@gmail.com
www.nagibanderaos.com.br

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Tuesday, February 15, 2011

A Logosofia e os Pensamentos

Um dos pilares da Logosofia – especialidade científica e metodológica que trata da reativação consciente do individuo - é sua concepção sobre o sistema mental constituído por duas mentes: uma comum, inferior, utilizada para a vida rotineira, a material, e que pode ser parcialmente organizada através dos estudos correntes nas escolas e universidades; outra superior, que transcende e existe em latência em todo o ser humano. É muito comum ouvir-se dizer que usamos um quase nada de nossa capacidade mental que equivale à esfera mental inferior que o homem tem utilizado há séculos para sua sobrevivência na Terra. Já a esfera superior precisa ser ativada para que ele transcenda os estados primitivos em que se encontra, numa guerra permanente consigo e os semelhantes.

Os conhecimentos apresentados pela Logosofia tendem ao desenvolvimento de todo o sistema mental, organizando a mente inferior e desenvolvendo as faculdades superiores.

Se o ser humano continua se comportando como um selvagem, apesar de incontáveis séculos de lenta evolução, é porque não aprendeu a pensar, a reconhecer o Criador em tudo quanto existe, especialmente em seus semelhantes que deveriam merecer o maior respeito.

Nos tempos de violenta modernidade, o afastamento entre as pessoas e os povos é incompreensível, provocado pela ignorância e preconceitos seculares. O ser humano desentendeu-se consigo, os semelhantes e o planeta; as guerras têm suas causas nesse desequilíbrio. As degradações das relações humanas são o sintoma do grande vazio promovido pela ausência da chama superior que todo o ser humano traz , mas que jaz adormecida como a bela princesa dos contos infantis.

O espírito – essência superior da natureza humana – permanece incógnito à pessoa que não emprega suas faculdade superiores.

Para ter um domínio sobre si e conquistar a capacidade de enfrentar as dificuldades que a vida apresenta, é necessário preparar a mente, o que nada tem a ver com a instrução que se recebe nas escolas cujo objetivo se limita à capacitação profissional. Essa nova educação é ampla, abrangente.

A Logosofia afirma que o homem vive em um mundo onde imperam os pensamentos; onde se tem a equivocada sensação de ser senhor da vida, dos acontecimentos e do espaço físico que habita. Em geral, são os pensamentos que perambulam pelo ambiente mental que governam a vida das pessoas. Veiculados pelos meios de comunicação, vão de mente em mente, impressos em livros provenientes, muitas vezes, de mentes exóticas cujos donos de há muito se decompuseram sob lajes ancestrais que não conseguiram sepultar as idéias e os costumes que compõem o grande cemitério das chamadas tradições.

Mas o que são os pensamentos? Sendo um produto da mente, não seríamos seus senhores? Onde ele está ? Que sutil engenho poderia fotografá-lo? É invisível? A que mundo pertence?

A existência do pensamento como entidade psicológica, agente da inteligência e promotor da felicidade ou da desgraça humana, segundo sua natureza, é a prova da existência de um outro mundo, o mental, absolutamente desconhecido pela maioria das pessoas.

Essas entidades invisíveis são perfeitamente palpáveis e visíveis aos olhos do entendimento, desde que ele tenha sido adestrado para identificá-los.

O caminho da evolução consciente proposto pelo conhecimento logosófico exige que a mente seja preparada para o conhecimento e domínio dos pensamentos e capacitada para a criação de outros novos, filhos mentais gerados e educados pelo indivíduo que, através deles, poderá chegar a transcender e sobreviver aos curtos anos de sua existência física no planeta.

Dessa maneira, o império dos pensamentos poderá ser substituído pelo da inteligência e do espírito através da reversão desta condição humilhante em que a maioria se encontra, escravizada pelos pensamentos que perambulam pelo mundo.

Nagib Anderáos Neto
www.logosofia.org.br

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Friday, February 04, 2011

Acidentes e Responsabilidades

Ao se optar por viver em concentrações urbanas que se ampliam desordenadamente, potencializaram-se os riscos de acidentes nos lares, ambiente de trabalho, transporte, lazer, atividade humana em geral.
O acidente e o incidente não são acontecimentos fortuitos nem obra do destino, senão a conseqüência da imprevisibilidade, falta de atenção, desinteresse e ignorância.
Se as cidades crescem desordenadamente, se há falhas nos projetos, nas máquinas e na manutenção; se não se cuida devidamente do meio ambiente e dos seres humanos, toda a sociedade é responsável: os governos em todos os níveis e as pessoas, que por vontade ou falta dela permitem o continuísmo na administração pública, a ineficiência, a desumanidade. Todos têm sua parcela de responsabilidade.
Todo acidente tem uma causa e quase sempre poderia ser evitado. Dois fatores determinam, isolada ou combinadamente, qualquer um: uma condição e um ato inseguros. Por detrás deles estão os erros que se sucedem em cadeia e causadores de pequenos acidentes como de grandes catástrofes. A sua análise nos levará à conclusão que ele poderia ser evitado. Há causas psicológicas sempre presentes: a pressa, a desatenção, a falta de treinamento e o desinteresse pelo que se realiza.
A desatenção é um estado de torpor psicológico, ausência que nos faz estar em muitos outros lugares distantes daquele em que nos encontramos, desviando o foco da inteligência daquilo que realizamos. Essa ausência mental é causadora de muitos acidentes. É necessário cultivar o hábito da atenção no que se faz para evitar pequenos e grandes transtornos. Um instante de desatenção poderá nos tirar a vida ao atravessar uma via pública ou dirigir falando num celular.
E de onde provém a desatenção? Qual a causa?
Todos vivem muito apressados, pressionados por compromissos e horários, numa louca e absurda carreira que chega a comprometer a saúde física e psicológica. Ao fazer tudo apressadamente, a qualidade do que se realiza fica comprometida; a correria leva ao automatismo, à desatenção, ao desprezo pelos detalhes que mereceriam um olhar mais detido e cuidadoso. É como se as pessoas corressem atrás de um futuro que não chega nunca; e almejassem um final sobre o qual se precipitassem sem saber qual seria.
A pressa é uma doença causadora de erros, acidentes e desentendimentos; urticária psicológica que atormenta, tornando as pessoas desatentas, esquecidas, ineficazes. Leva-nos a falar demais, correr e ser superficial. Uma fuga, incomoda hóspede psicológica, uma incompreensão, falta de conhecimento. Por detrás dela há um defeito que se chama impaciência, doença moderna que danifica o sistema nervoso.
Saber esperar é o mesmo que saber viver, desde que a espera não seja passiva, a que faz sofrer.
O desatento é facilmente enganado por ser a ingenuidade fruto da esterilidade mental, sinônima de inconsciência. A desatenção leva ao descuido e à irresponsabilidade que prejudicam as pessoas em qualquer atividade.
A atenção e o cuidado são predicados indispensáveis para se evitar acidentes cujas conseqüências podem ser males irreparáveis.

Nagib Anderáos Neto
www.nagibanderaos.com.br
neto.nagib@gmail.com

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