Wednesday, February 28, 2007

Para Vencer a Morte

A única certeza que temos sobre o nosso futuro é que um dia iremos morrer. Ela é tão cristalina como o suceder dos dias e das estações, como a renovação constante da vida na qual a morte cumpre o desígnio de uma lei e de uma Vontade infinitamente superior à nossa.
Morrer seria como dormir? Estaria certo o poeta inglês ao colocar nos angustiados lábios de Hamlet as misteriosas palavras sobre o sono da morte?
Nós, que tão pouco entendemos sobre o significado da vida, ficamos perplexos defronte das várias teorias e crendices sobre o desenlace para o qual caminhamos inexoravelmente.
A morte é a ausência de atividade; é a inércia que corrompe as células mentais e prostra o indivíduo na frieza e no mutismo da indiferença defronte do que acontece a si mesmo e à humanidade.
Esta é a morte em vida; a morte contra a qual podemos e devemos lutar para que as nossas vidas não sucumbam na indiferença, no tédio, no vazio e na depressão.
Para a Logosofia, vencer a morte é vencer a inércia mental; vencer a rotina e a mesmice do suceder repetido de dias e de anos; criar novas atividades, novas idéias e um novo ser humano das cinzas do velho ser, este sim, que deve morrer definitivamente: o velho homem de preconceitos e temores seculares.
Assim, a cada morte e renascer diários, a cada amanhecer que suceda à noite da transição, saibamos experimentar a sensação de vida que se desprende de toda a atividade construtiva que sejamos capazes de empreender.

Nagib Anderáos neto
www.logosofia.org.br

A Revolução - Emily Dickinson

A Revolução é a Entranha
Onde se gestam todos os sistemas.
Quando os ventos da Vontade se movem,
Excelente é a Floração.

A não ser por sua natureza avermelhada
Todo o verão é uma armadilha para si mesmo,
Como a Liberdade,
Que deixada inerte no caule,
Com toda a sua púrpura fugidia,
É sacudida pela Revolução
Para provar a sua morte.

Emily Dickinson – 1854
Traduzido por Nagib Anderáos Neto

Tuesday, February 27, 2007

Responsabilidade Social e Sustentabilidade

Questões ambientais e sociais deixaram de ser marginais ao negócio e passaram a ser essenciais, estratégicas. O conceito de sustentabilidade transcendeu a questão ambiental alcançando a social e educacional. Responsabilidade na utilização dos recursos naturais, no consumo e no trato com a sociedade fazem parte de uma administração moderna e responsável.
A preocupação com o meio ambiente e com o ser humano que vive em sociedade é conseqüência da estranha modernidade que se observa, do afastamento entre as pessoas e os povos provocado pela ignorância e por preconceitos de toda a ordem. Essa preocupação poderá se transformar num fator de união de esforços humanos para melhoria das relações com a natureza e entre os seres humanos.
Desenvolvimento sustentável, além de responsabilidade social, crescimento inteligente e cuidado com o meio ambiente, deverá significar desenvolvimento humano, respeito às diferenças e fraternidade.
Nenhum país pode ser considerado desenvolvido ao arvorar-se à condição de manipulador de idéias e pensamentos para subjugar os demais. O mesmo acontece com as pessoas; a imposição é sinônimo de impostura e presunção. Inteligência pressupõe exposição ao invés de imposição.
A crise ecológica que presenciamos é conseqüência de uma grave crise humana e social. O ser humano desentendeu-se consigo mesmo, com os seus semelhantes e com a Terra. As guerras e os graves problemas ambientais são as conseqüências desse desentendimento.
Quando boa parte da humanidade despertar do sono da indiferença e da inconsciência e aderir ao silencioso e crescente movimento em defesa do meio ambiente e do ser humano como indivíduo, a revolução ecológica – espiritual se fará sentir em muitas partes e será corrigido o rumo equivocado em que nos lançamos pelos obscuros caminhos do materialismo e da ignorância. A nova cultura será o produto de uma grande revolução a ser travada no íntimo das pessoas. Mais do que informativa, ela será formativa, proporcionando a ampliação da consciência e o cultivo de pensamentos e sentimentos que unam as pessoas ao invés de distanciá-las. O homem deixará de lado as ambições desenfreadas substituindo-as pelo ideal de estudo e fraternidade. Além de cuidar do meio ambiente que o cerca, aprenderá a cuidar de seu ambiente mental de onde provêm os pensamentos e as idéias que podem elevá-lo, ao invés de mergulhá-lo na escuridão.
O homem tem se afastado de si mesmo, dos seus semelhantes e de Deus por insistir em manter uma fé no que desconhece. Somente através do conhecimento poderá reencontrar-se e descobrir o Deus oculto em seu coração e nos de seus semelhantes
Não bastam leis se não há consciência e entendimento para que elas se cumpram, e homens de iniciativa e vigilantes que colaborem para que o planeta e seus habitantes se recuperem.



Nagib Anderáos Neto
www.nagibanderaos.com.br

Wednesday, February 14, 2007

Liderança na Administração

Liderança é um predicado indispensável para o administrador. E administrar implica o trato com pessoas para consumar objetivos pré-estabelecidos.
O líder cuida para que haja bom entendimento entre todos de modo que se sintam cômodos, façam a sua parte e ajudem-se mutuamente. Neste sentido, a comunicação é essencial e deve ser sempre uma via com duas mãos: saber expor e saber ouvir com atenção as idéias alheias, pois as melhores provêm sempre desse intercâmbio de opiniões que aperfeiçoa o trabalho rumo ao objetivo perseguido.
A mais importante tarefa de um líder é formar outros líderes para que o grupo não se extinga defronte da adversidade. O bom administrador deve formar outros administradores, pois o grupo se conserva quando todos evoluem. É conveniente dar oportunidades para que surjam as iniciativas. O exercício da delegação é fundamental na boa administração.
O tempo, para o administrador, é de vital importância; saber aproveitá-lo sem ser pressionado por ele é uma arte pouco conhecida. Neste sentido, saber delegar é essencial. A síndrome da urgência conduz ao erro; pensar exige tempo e paciência, antecipação e inteligência. A colaboração mútua fará com que o grupo se adiante aos ponteiros do relógio.
O líder atento é um líder consciente, pois tem sempre muito claro o objetivo do trabalho e está sempre acompanhando de perto o grupo, não se deixando abater pelos problemas que vão surgindo, porque o trabalho consiste na sua resolução, e a força do conjunto é maior do que a soma da força de cada indivíduo. A atenção permite antever um problema e preparar-se para resolvê-lo. E o que atrapalha esse estado são as distrações e as divagações que fazem perder tempo no trabalho e os problemas se avolumem. Uma pessoa atenta pode vislumbrar um acidente antes que ocorra, e assim evitá-lo.
Liderança implica respeito que cria o ambiente favorável no trabalho. Todos devem cuidar para que as palavras não ofendam, pois num ambiente de desrespeito, desconfiança e desunião pouco é o que se pode produzir.
As mudanças e as novas idéias sempre devem fazer parte desse ambiente; se é para mudar para melhor, então é melhor mudar. Este pensamento deve estar sempre presente; quem faz melhor, está evoluindo. E há sempre uma forma de melhorar o trabalho para que ele não seja rotineiro e aborrecido. Fazer tudo sempre da mesma maneira, sem nenhuma variação ou renovação, faz fracassar a capacidade de iniciativa da inteligência, submergindo as pessoas no marasmo, no tédio e na desconfortável sensação de inutilidade.
Liderar, enfim, é cuidar de si mesmo, das pessoas e do ambiente, para que o trabalho não seja um fardo, um castigo, mas uma parte importante da vida, um aprendizado, uma forma de felicidade.

Nagib Anderáos Neto
www.nagibanderaos.com.br