Tuesday, January 30, 2007

Os Acidentes e Suas Causas

Todo acidente tem uma causa e quase sempre poderia ser evitado. Em casa, no trabalho, no trânsito, no lazer, dois fatores determinam, isolada ou combinadamente, qualquer acidente: uma condição insegura e um ato inseguro. Por detrás de ambos estão os erros humanos que se sucedem em cadeia e são causadores de pequenos acidentes como de grandes catástrofes.
A análise do acidente nos levará à conclusão que ele poderia ser evitado. Há causas psicológicas sempre presentes em qualquer acidente: a pressa, a desatenção, a falta de treinamento, o desinteresse pelo que se realiza.
No caso das crianças, as suas mentes estão em formação e os adultos que delas cuidam têm que suprir as falhas mencionadas, muitas vezes existentes neles próprios. Neste sentido, o treinamento e o policiamento são sempre recomendáveis.
A desatenção é um estado de torpor psicológico, de ausência, que nos faz estar em muitos outros lugares distantes daquele em que nos encontramos, desviando o foco de nossa inteligência daquilo que estamos realizando. Essa ausência mental é causadora de muitos acidentes. É necessário cultivar o hábito da atenção no que se faz para evitar pequenos e grandes transtornos que se chamam “acidentes”.Um instante de desatenção poderá nos tirar a própria vida ao atravessar uma via pública ou dirigir falando em um celular.
E de onde provém a desatenção? Qual a sua causa?
“São causas desta propensão a ociosidade mental, o hábito de perder-se em abstrações estéreis e a falta de uma idéia clara a respeito da responsabilidade que incumbe na condução da vida”. (González Pecotche)
Todos vivem muito apressados, pressionados por compromissos e horários, numa louca e absurda carreira que chega a comprometer a saúde física e psicológica. Ao fazer tudo apressadamente, desesperadamente, a qualidade do que se realiza fica muito comprometida; a correria leva ao automatismo, à desatenção, ao desprezo pelos detalhes que mereceriam um olhar mais detido, mais cuidadoso. É como se as pessoas corressem, constantemente, atrás de um futuro que não chega nunca; como se almejassem um final sobre o qual se precipitassem sem saber, ao certo, qual seria esse fim.
A pressa é uma doença dos tempos modernos causadora de muitos erros, acidentes e desentendimentos; uma espécie de urticária psicológica que atormenta a todos, tornando as pessoas desatentas, esquecidas, ineficazes. Leva-nos a falar demais, correr demais e ser superficial demais.
A pressa é uma fuga, uma incomoda hóspede psicológica, uma incompreensão, uma falta de conhecimento. Por detrás dela há um defeito ou deficiência psicológica que se chama impaciência, uma doença moderna que danifica o sistema nervoso humano.
“O impaciente é um escravo do tempo; deste tempo fantasmagórico que nada tem a ver com o autêntico, que tão freqüentemente o homem dissipa em banalidades, justamente por desconhecer o seu real valor”, escreveu o pensador González Pecotche. E sugere que quem padeça dessa doença se exercite no cultivo da paciência inteligente e ativa, a que “além de infundir serenidade torna o homem compreensivo, permitindo-lhe pensar com utilidade e proveito, e estar atento às suas necessidades e deveres durante todo o tempo, curto ou largo, que abarque a espera”.
Em síntese, saber esperar é o mesmo que saber viver, desde que a espera não seja a passiva que sempre nos faz sofrer.
Além disto, a pessoa desatenta é facilmente enganada por ser a ingenuidade fruto dessa esterilidade mental que é sinônimo de inconsciência. A desatenção leva ao descuido e à irresponsabilidade que prejudicam enormemente as pessoas em qualquer atividade que desenvolvam.
A atenção e o cuidado são predicados indispensáveis para se evitar acidentes de toda a índole cujas conseqüências podem ser males irreparáveis.

Nagib Anderáos Neto
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Wednesday, January 24, 2007

Larguei O Cigarro

Ao andar pelas ruas das grandes cidades, impressiona-nos o crescente número de fumantes, dependentes químicos e psicológicos do cigarro que arruínam a própria saúde e formam um grande contingente que é um peso para a saúde pública e para o sistema previdenciário, com graves conseqüências sociais e econômicas. Segundo as estatísticas, os jovens estão fumando mais, as meninas especialmente. Apesar das restrições à propaganda, o vício vai se alastrando descontroladamente.
No dia primeiro de Maio de 1998 parei de fumar. Um grande final de uma brincadeira que durou mais de trinta anos. Estava por completar 50 anos e resolvi dar um golpe fatal naquele hábito horroroso com o qual não me conformava desde que o adquirira na década de sessenta. Naquele tempo todo mundo fumava, era chique, bonito, apreciado. Nos tempos de cursinho e faculdade, nem se fale!
Comecei filando do meu pai que deixava o maço em casa e só fumava um cigarrinho depois do cafezinho. Depois comecei filar dos amigos, e um dia comecei a comprar. Fumava pouco, mas fumava.
Quando tinha uns vinte e poucos anos descobri que por detrás do hábito havia um pensamento em minha mente que o representava e que precisava ser controlado para não crescer demais. E foi o que fiz; cuidei dele, mas não o matei de fome, do que me arrependo, mas em tempo o fiz, com quase cinqüenta anos.
Quando larguei, descobri que além do hábito representado por aquele pensamento, havia uma dependência química, os anticorpos que pediam a dose diária de nicotina e que em 15 dias de abstinência foram eliminados do organismo. E como o pensamento estava fraquinho pelo combate que travei durante aqueles longos anos, venci a batalha sem remédios nem apoio psicológico, com minha própria vontade!
Foi uma longa e árdua luta como tantas que devemos travar com certos pensamentos estranhos e que têm vida própria em nossa mente e acabam por mandar em nossa vida.
Como escreveu certa vez o educador González Pecotche, vivemos num mundo onde imperam os pensamentos. Temos a impressão de sermos os donos de nossa vida e de nosso destino, mas na verdade somos levados de lá pra cá por pensamentos estranhos, exóticos, ditadores.
Como muito bem explicou-nos noutro dia o amigo Antonini, a mente do ser humano assemelha-se à uma praça pública com uma multidão de pensamentos de toda índole que por lá perambulam num burburinho e numa desorganização sem precedentes.
Qualquer mudança naquele ambiente deve começar por ordená-la e organizá-la, identificando os transeuntes e selecionando aqueles que podem servir. Uma espécie de estado de sítio mental subordinado à autoridade de um pensamento central.
Reverter a condição humilhante em que a maioria das pessoas vive, escravizadas por pensamentos alheios e estranhos à própria vontade e realidade, é uma tarefa cujos resultados são infinitamente superiores ao esforço empreendido.

Nagib Anderaos Neto
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Tuesday, January 16, 2007

A Logosofia e os Pensamentos

Um dos pilares da Logosofia – especialidade científica e metodológica que trata da reativação consciente do individuo - é sua concepção sobre o sistema mental constituído por duas mentes: uma comum, inferior, utilizada para a vida comum, a material, e que pode ser parcialmente organizada através dos estudos correntes nas escolas e universidades; outra superior, que transcende, e que existe em latência em todo o ser humano. É muito comum ouvir-se dizer que usamos um quase nada de nossa capacidade mental que equivale à esfera mental inferior que o homem tem utilizado há séculos para sua sobrevivência na terra. Já a esfera mental superior precisa ser ativada para que o homem transcenda os estados primitivos em que se encontra em permanente guerra consigo mesmo e com seus semelhantes.

Os conhecimentos apresentados pela Logosofia tendem ao desenvolvimento do sistema mental como um todo, organizando a mente inferior e desenvolvendo suas faculdades mentais superiores.

Se o ser humano continua se comportando como um selvagem, apesar de passados incontáveis séculos de aparente evolução, é porque não aprendeu a pensar, a reconhecer o Criador em tudo quanto existe, especialmente em seus semelhantes que deveria merecer o maior respeito por ser a vívida expressão de Deus que vive em tudo quanto existe.

Nestes tempos de violenta modernidade, o afastamento entre as pessoas e os povos é um distanciamento incompreensível provocado pela ignorância e por preconceitos seculares. O ser humano desentendeu-se consigo mesmo, com os semelhantes e com o planeta; as guerras têm suas causas neste desequilíbrio. As degradações das relações humanas são o sintoma do grande vazio promovido pela ausência da chama superior que todo o ser humano traz consigo, mas que jaz adormecida como a bela princesa dos contos infantis.

O espírito – essência superior da natureza humana – permanece incógnito à pessoa humana que não emprega suas faculdades mentais superiores.

Para ter um domínio sobre si mesmo e conquistar a capacidade de enfrentar as dificuldades que a vida apresenta, é necessário preparar a mente. Tal preparo nada tem a ver com a instrução que se recebe nas escolas cujo objetivo se limita à capacitação profissional. Essa educação é mais ampla e abrange a vida como um todo.

A Logosofia afirma que o ser humano vive em um mundo onde imperam os pensamentos; onde os homens têm a equivocada sensação de serem senhores de suas próprias vidas, dos acontecimentos e do próprio espaço físico que habitam. Em geral, são os pensamentos que perambulam pelo ambiente mental do mundo que governam a vida das pessoas. Veiculados pelos meios de comunicação, caminham de mente em mente, impressos em livros, provenientes, muitas vezes, de mentes exóticas cujos donos de há muito se decompuseram sob lajes ancestrais que não conseguiram sepultar as idéias e os costumes que compõem o grande cemitério das chamadas tradições.

Mas o que são os pensamentos? Sendo um produto da mente humana, não seríamos nós os seus senhores? Onde está o pensamento? Que sutil engenho poderia fotografá-lo? É invisível? A que mundo pertence?

A existência do pensamento como entidade psicológica, como agente da inteligência e promotor da felicidade ou da desdita do ser humano, segundo seja a sua natureza, é a prova mais cabal da existência de um outro mundo, o mental, absolutamente desconhecido pela maioria das pessoas.

Essas entidades invisíveis aos olhos físicos são perfeitamente palpáveis e visíveis aos olhos do entendimento, aos olhos da mente, desde que ela tenha sido convenientemente adestrada neste sentido.

O caminho da evolução consciente proposto pelo conhecimento logosófico exige que a mente humana seja preparada para o conhecimento e domínio dos pensamentos que nela atuam e capacitada para a criação de outros novos, pensamentos próprios, filhos mentais gerados e educados pelo indivíduo que, através deles, pode chegar a transcender ou sobreviver os curtos anos de sua existência física no planeta.

Desta maneira, o império dos pensamentos poderá ser substituído pelo império da inteligência e do espírito através da reversão desta condição humilhante em que a maioria das pessoas se encontra, escravizadas que estão pelos pensamentos que perambulam pelo mundo.

Nagib Anderáos Neto
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Monday, January 08, 2007

O MITO DE PANDORA

Zeus – o deus supremo da mitologia grega - é fruto de uma complicada teogonia que se assemelha à genealogia humana. Bravo e vingativo, o deus dos gregos casou-se inúmeras vezes gerando uma sucessão de deuses menores: Apolo, Hebe, Hermes, as Musas, etc.
Diz-se do estranho chefe do Olimpo que havia ódio em seu coração e que tinha prazer em castigar os homens. E que certa vez, para vingar-se de certo humano de nome Prometeu que roubara uma faísca do sol para com ela iluminar a inteligência humana, o mal humorado superintendente celeste resolve castigá-los fazendo-os perder-se para sempre por meio de uma mulher extremamente bela, detentora de todos os dons, Pandora, a primeira mulher!
Ela é criada e enviada para Epimeteu (o que vê depois), embora Prometeu (o previdente) houvesse aconselhado seu irmão a não aceitar nenhum presente de Zeus de quem desconfiava muito. Ela traz consigo do Olimpo um presente de núpcias para Epimeteu: uma arca de ouro hermeticamente fechada.
Segundo Hesíodo, o poeta camponês, Pandora teria aberto a caixa levada pela curiosidade feminina de onde saem todas as desgraças e calamidades para os homens que viviam tranqüilos e felizes até então. Ao fechá-la, depois, rapidamente, conseguiu prender em seu interior a esperança que por séculos ficaria encerrada como uma promessa de retorno aos felizes e ditosos tempos da infância da espécie humana sobre a Terra.
A curiosa lenda traz consigo muitos aspectos interessantes relacionados com outras lendas e crendices que fazem parte de outras culturas e com muitos preconceitos que até hoje existem.
Sobre a curiosidade da primeira mulher, que muito tem a ver com a indiscrição (e que não é somente feminina), e as conseqüências desastrosas de um defeito tão generalizado, pode-se dizer que na história real do ser humano essa curiosidade transformou-se num terrível defeito que tem causado muitas desgraças e calamidades. A curiosidade conduz ao intrometimento, à indiscrição, à superficialidade, à vulgaridade, ao efêmero. Compreensível no homem pré-histórico e nas crianças, que de certa forma reproduzem a evolução da espécie desde os primeiros tempos, e também nos homens de ciência em suas investigações, é inaceitável para o homem de hoje quando o torna distante de si mesmo, atento a tudo quanto ocorre ao seu redor, mas alheio ao que ocorre com ele próprio, com sua própria pessoa.
O mito de Pandora pode nos levar a muitas conclusões: desde a inutilidade de um deus vingativo até a necessidade humana de transcender estados inferiores de evolução, passando, também, pela necessidade de rever os preconceitos que existem em relação à mulher cuja graça e beleza não poderia nunca ser o invólucro do pecado e da desgraça especialmente encomendados por um Zeus duvidoso.
A esperança, providencialmente encerrada na caixa de Pandora, residiria na possibilidade da superação das condições humanas a partir da evolução pessoal de cada indivíduo que sentisse a necessidade de construir um mundo melhor para si mesmo e para a humanidade do futuro.

Nagib Anderáos Neto
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Friday, January 05, 2007

Fraternidade e Educação

A causa de toda a pobreza é a ignorância. E não há outra forma de combatê-la que não seja através da educação. Neste sentido, muitos países ditos “em desenvolvimento” vão de encontro à história pelo mau exemplo de seus governantes que privilegiam o assistencialismo inócuo que mergulha o povo na inércia ao invés de estimular o estudo e a iniciativa.

Não há maior inimigo da liberdade que a ignorância. E não há maior ignorância que a ausência de si mesmo, a inconsciência dos que se encarceram por detrás dos barrotes dos preconceitos e de idéias medievais e retrógradas.

Paradoxalmente, ao mesmo tempo em que o homem traz dentro de si o anseio por liberdade, também traz a tendência à submissão, por acreditar em coisas inverossímeis,cultivar ídolos,idolatrar místicos fantasiosos, apesar de todos os homens, sem exceção, trazerem dentro de si o anelo de serem felizes.

Essas tendências aparentemente paradoxais – a de dominação e a de submissão - são frutos psicológicos de uma característica inerente a todo o ser humano: a de se vincular aos outros, não ser uma pessoa isolada, comunicar-se. Dominar e ser dominado, ser chefe, empregado, súdito, pastor, rebanho. Talvez aí a explicação das seitas, religiões,ideologias, do fanatismo de toda a espécie que não justifica a tendência mencionada.

A lição da pobreza ensina que o maior cego não é o que não pode ou não quer ver, senão aquele que não quer entender; e que ajudar os outros é a melhor maneira de ajudar a si mesmo. E que mais que dar o peixe ou ensinar a pescar, o fundamental é ensinar a pensar. E nunca pretender ensinar antes de haver bem aprendido. E que pensar é, antes de tudo, criar.

Os déspotas, os impostores e os predicadores são os inimigos da liberdade que não querem que o homem pense e seja livre.

O ser humano não nasceu para viver isolado e nem acorrentado. E a maior das escravidões é a mental, fruto da ignorância.

O ideal de fraternidade é que permitirá, através da união das mentes e corações humanos, que o homem se aproxime cada vez mais de seus semelhantes e de Deus, através do conhecimento e da cultura, únicas riquezas capazes de tirá-lo do sofrimento, do isolamento e da ignorância.

Nagib Anderáos Neto

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Thursday, January 04, 2007

A Vida dos Pensamentos

O tempo de vida é exíguo, não determinado, limitado, embora possa ser ampliado, expandido, pela intensidade do que se viveu, aprendeu, sentiu, experimentou.

Aproveitar o tempo é uma questão de opção, escolha, como viver. O tempo como sendo a própria vida em sua essência é uma bela definição, assim como a literatura como uma forma de felicidade. É necessário escolher bem o que se vai viver ou ler para não experimentar a angústia do tempo perdido que não volta mais, é irrecuperável.

É possível que a melhor forma de aproveitar o tempo seja utilizar a inteligência para criar, para pensar, o que passa, inevitavelmente, pela literatura, quando se começa a falar consigo mesmo através das personagens ou do poema lido em voz alta, quando o conto do autor se transforma num entreouvir-se, pois a poesia não é mais que uma reflexão, um voltar os olhos para si mesmo e falar o que se quer ouvir, conversar consigo mesmo.

Nada é tão maravilhoso quanto a arte; sermos ou transformarmo-nos no que sonhamos, como o roteiro de vida que planejamos, sendo diretores, artistas e roteiristas da própria vida, da própria existência.

Escrever, como ler, são atos mágicos; como viver, recordar e aprender. As palavras, metáforas vivas, pensamentos materializados, estão ali, na leitura e na escritura sagrada que qualquer homem pode realizar, escrevendo a própria vida e o próprio destino, à semelhança de Deus que escreve homens e universos.

Para o pensador González Pecotche, o pensamento tem um corpo, uma alma e um espírito. O corpo é a palavra escrita, a alma a falada e o espírito a impronunciada, essência oculta do pensamento que transcende a materialidade e transita na eternidade, consubstancial com o espírito humano, que é divino.

O conhecimento – pensamento sutil – pode construir ou destruir, ampliar ou reduzir. Assim também a palavra, com suas luzes ou suas sombras. Metáfora viva ou morta, humana ou desumana, podendo nos fazer ascender às alturas do conhecimento ou mergulhar nas trevas da ignorância.

A palavra, como o pensamento, pode unir ou desunir, construir ou destruir, eternizar-se ou sucumbir no esquecimento sob as lápides que sepultam o efêmero, a ignorância e as tradições.

Que sejam as palavras, expressões vividas de nossos pensamentos, instrumentos criados por nós para urdir a paz e o entendimento, o conhecimento e a evolução, para que possamos viver neles e ali nos encontrar e reconhecer no futuro.



Nagib Anderáos Neto
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Uma Paciente e Silenciosa Aranha

Uma Paciente e Silenciosa Aranha

Uma aranha paciente e silenciosa
Isolada e ereta num pequeno promontório
Explorando o vasto vazio ao redor
Desfiando filamento a filamento para fora de si mesma,
Desfiando rápida e incansavelmente.

Oh minha alma desde o teu posto,
Cercada, isolada na imensidão oceânica do espaço,
Constantemente pensando, arriscando-te, movimentando-te, procurando as esferas para conectá-las
Até que a teia que teces te prenda em algum lugar
Oh minha alma.

Walt Whitman
Traduzido por Nagib Anderáos Neto
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